31 de jan. de 2014


PERDI VOCÊ...

Eu achei que tivesse o seu amor.
Muitas vezes sonhei com você, construí em meus pensamentos
cenas do nosso amor, cenas onde nosso amor superaria tudo,
inclusive as nossas diferenças.
Eu sonhei demais, hoje com a minha realidade vejo quanto me feri
desejando coisas que ainda sim se encontraram distantes de mim,
mas que algum dia se tornaria a mais bela realidade.
Dizem que o amor supera tudo, todas as dores, todas as mágoas.
Eu não sei o que estou sentindo nesse exato momento.
Não sei se choro, se finjo estar forte, se grito seu nome,
se clamo pelo seu amor ou se me calo simplesmente.
Não desejo nunca a você que sinta o que eu estou sentindo.
Dói demais, saber que não me quer mais, que não me deseja,
que não pensa mais em mim, que não tem como meta o nosso amor.
Foi lindo o que vivemos, foram praticamente alguns anos,
pouco eu sei, pra mim foi como um conto de fadas.
Onde havia sim o meu principe, onde o amor reinava,
onde nossos olhares se olhavam até o por do sol.
Tive uma história tão bela, tanto quanto aquelas que já existem,
mas infelizmente o nosso final foi terminar separados.
O destino nos uniu, e ele mesmo nos separou.
Porque?
Porque teve que ser assim?
De uma forma tão brusca !!!
Peço um pouco de tranquilidade para o meu sofrimento,
peço paz ao meu coração, peço noites frias para as minhas lágrimas,
peço a Deus que te guarde e proteja.
Meu amor, sei que me deixou, sei que não me ama mais,
sei que hoje em seu coração há um novo amor, um novo sonho,
um novo começo.
Mesmo com tanta dor em meu peito, ainda sim resta dentro
do meu coração o desejo que seja feliz!

Amo você, mas hoje em silêncio.

20 de jan. de 2014


Amar é o melhor remédio...






O periquito fez que não com a cabeça quando o moço do realejo perguntou se ele nao queria trocar a minha sorte, tava convicto de que aquilo era realmente pra mim – decidido e teimoso, parecia até mesmo que ele ja me conhecia – e a sorte era clara em dizer que tudo que eu queria estava em qualquer lugar longe daqui. Como quando eu era criança e cantava a tal musica que falava sobre o “outro lado do oceano” ou então quando li meu primeiro livro que era a história de um amor que passou de trem e deixou saudade no menino e ele ficava imaginando pra onde tinha ido aquele trem e como era o lado de lá... Acho que no fundo está tudo escrito, é como se minha vida, não esta que eu vivo aqui, a de verdade, estivesse do outro lado de lá.
Do outro lado de lá está o grande amor da minha vida, está a paz, está o trabalho perfeito, estão os amigos desejados, está a felicidade...
Não que não tenha um pouco de tudo isso aqui, mas aqui não é meu, é como se eu estivesse de substituta na vida de outra pessoa que tirou férias e esqueceu de voltar, dai então quando a outra pessoa voltar e assumir seu posto dai então me vou, vou atras do meu destino que o periquito escreveu na sorte.
Aqui tenho medo da solidão, tenho angustia por estar só, tenho uma ansiedade pra saber o amanha que não me cala, tenho uma tendencia a perfeição que me irrita e faz eu cobrar dos outros muito mais do que eles podem me dar, tem uma mania de razão sempre que não me deixa ser leve, tenho o meu cabelo bagunçado, minhas roupas que nunca me cabem como deveriam, tem a rotina que nunca pára, a bebida que nunca sara, e tem todo este ser que sou eu de um jeito que até poderia ser mas não sou (é a outra).
Quando eu puder ir do outro lado de lá, daí então terei toda a grandeza de ser quem eu posso ser; daí terei tudo aquilo que sempre, secretamente, sonhei ter; dai então serei quem de verdade eu sou mas tenho medo de roubar o protagonismo da outra que substituo e por isso deixo de ser. Mas quando eu puder ir do outro lado de lá...

18 de jan. de 2014


EU...

Estava tão acostumada a fingir – como rotina, costume e profissão – que conseguia convencer a todos sobre o sentimento que queria transparecer. Às vezes fingia um sorriso, outras vezes uma virtude ou então uma opinião. Era triste tantas vezes no dia que perdera a conta, mesmo porque contar tristezas era difícil por ela mesma se confundir sobre quais momentos realmente era ou deixara de ser, por fingir tão bem.
Toda a sua vontade era a de ficar deitada durante o dia inteiro por horas, sem dormir, sem ouvir musica, de preferência sem pensar, apenas estar ali com toda aquela insegurança que era ser ela mesma. A cama e o quarto fechado davam-lhe uma impressão confortável e ao mesmo tempo angustiante de ser apenas ela.
Fingia não ouvir quando batiam à porta com convites para sair, era tão difícil recusar um convite pra se divertir porque todos acreditavam que era disso que ela gostava e ao mesmo tempo aceitá-los era ir de encontro com o que pregava a si mesma (naqueles momentos de solidão sem pensar e sem dormir). Algumas vezes ela fazia um esforço imenso pra sair do casulo que se encontrava e ia, mas o tempo todo pensava que aquilo ali era como se fosse um pagamento pelo fato de viver, como se tivesse pagando o aluguel do pedacinho de mundo que ocupava, e que, no entanto, provavelmente, também não era o dela.
Ela saia de casa pra se divertir apenas pra provar que sair nunca mais poderia ser divertir, apenas pra medir qual o grau de solidão era maior (quando estava só ou acompanhada). Saia como obrigação, como pagamento, como promessa, como provação.
Sempre voltava com a certeza da certeza, certeza esta que ela não queria ter. Certeza de ter nascido pra ser só e que apenas quando não era ela mesma poderia ser dupla, casal, trio ou grupo. Somente quando fosse outra poderia pertencer, enquanto isso, na maioria do tempo, lutava pra ser sozinha e sincera durante, pelo menos, o tempo que merecia e que precisava ser.

17 de jan. de 2014

E cada chaga que a gente traz na alma
É a confirmação de que a ferida sara (...)
Pois ninguém vive conto de fadas”
 
 
“Pode rir agora, que estou sozinha
Mas não venha me roubar”

MINHA VIDA....

   JÚLIA

SEM VOCÊ...

Sem ti as emoções de hoje são apenas pele morta das emoções de ontem, isso sim.
Tudo que projeto de amor, de paixão, de tesão vem inspirado em qualquer coisa que tive contigo – digo sobre todas aquelas coisas que não eram nem amor, nem paixão e nem tesão, mas sim aquilo que eu julgava ser todas estas coisas, aquilo que vinha com um misto de necessidade e supérfluo, de querer para sempre o que não se suportava por mais de meia hora.
As minhas experiências, todas, sempre comparadas a ti fazem-me avaliar como eras pouco e vazio e, no entanto, ando por ai procurando alguém que seja um pouco “pouco e vazio”, e quando não encontro, visto-me, eu mesma e com orgulho, de “pouca e vazia” pra algum outro... e magôo, tal como já fui magoada, só assim sei amar, só assim aprendi.
Transformei nosso amor em pele morta e quando percebi estava, eu também, às vezes um pouco pele, às vezes um pouco morta.
Quando resolvo ser pele, quando aventuro-me, quando vou, quando te esqueço... eu já nem sei quem sou, sou outra, sou qualquer uma. Porque a "qualquer uma" de mim gosta de aventuras e de alegria, gosta de sentir o gosto do perigo, acha tudo inevitável. A "qualquer uma" não tem medo de ferir, nem de ser ferida, vive o feliz e o presente. Mas a "qualquer uma" adormece, esquece, e volto a ser eu, incompleta e sem referências.
Volto a querer bem menos do que mereço... lembro de ti.


16 de jan. de 2014


É então que eu deixo você andar na frente e você pára, me espera porque quer ir ao lado, quer conversar, quer olhar e eu sorrio porque acho bonita a atitude, afinal eu nem sei o caminho e sempre vou pro lado errado e mesmo assim você quer que eu vá lado a lado.
De repente você dá dois passos mais longos, afinal tem uma porta e você tem que abri-la e estou ali de frente com um ser de terno e gravata, com postura de homem poderoso, abrindo a porta pra mim, eu que nem sentar aprendi direito ainda, que fico sorrindo que nem boba pra faxineira que passou pela gente, porque ela deve ter notado que este homem de terno e gravata abriu a porta pra menina de moletom com o cabelo bagunçado, ela notou, com certeza notou e pensou “porque será que ela merece isso e eu não?” e não, eu não mereço nada disso não, este homem que cismou que eu sou menina que tem que ser tratada cheia de modos, mas não sou assim, acredite Srª Faxineira que me olha como se eu fosse bem mais bonita do que sou.
O homem da banca também notou, afinal chego eu ali, uma menina tomando chuva e querendo fazer amizade, pergunto a primeira coisa que me vem a cabeça “qual o nome desta rua?” e ele me trata grosseiramente, afinal eu sou apenas uma menina tomando chuva a espera de alguém que pra ele tanto faz, mas eu sei que se ele fosse um homem de terno e gravata ele teria me tratado melhor, teria oferecido uma cadeira pra eu sentar e esperar, esperar o meu homem de terno e gravata. Então ele chega num carro bonito, carro de quem já tem três filhos que estudam em escola boa, e abre a porta. Assim eu mostro pro tal “Dono de Banca que Nada Sabe de Mulher” que tem gente que sabe como tratar uma mulher, afinal ele do alto do seu terno e gravata lastimou a demora que o transito provocou. Lastimou também a chuva que tumultua o cabelo das meninas que estão nas capas de revista, mas o meu não, é só um cabelo e até que gostei dele com estas pontas enroladas, nem me incomodei.
Teu irmão provavelmente reparou que não sou a tal menina que deve ser tratada cheia de modos, como você pensa, afinal ele viu que fiquei sem jeito ao conhecê-lo, que disse um “oi” de criança que morre de medo de adulto e fui me esconder embaixo da sua saia, ou melhor: do seu terno, mas você estava ocupado demais pensando em como me fazer feliz que talvez nem tenha percebido. Daí então, conheço teu irmão, teu apartamento, tua cozinha, tua varanda, a pomba que pousou ali do nada e você cismou em ver, e teu microondas, e o chão, o sofá, a TV... calma, calma que ainda estou tentando processar tudo, e você tira o terno e arregaça as mangas da camisa social, daí tanto faz a pomba, o chão ou o sofá, talvez se eu te abraçar agora eu não solte nunca mais. E não solto, eu quero abraçar e preciso, afinal, penso “se eu não aproveitar o momento ele simplesmente passa”, eu sei.
Eu, como menina que sei qual o meu lugar, estou satisfeita em ficar na metade do caminho, sei que seu terno e gravata pede compromissos e horários, mas você faz tudo errado, você desvia o caminho e prefere percorrer uns 60 km pra me levar embora pra casa, teus compromissos podem esperar, mas eu tenho que ficar em segurança, assim como não posso abrir as portas sozinhas, como não posso ficar sentada longe, como não posso fazer meu prato sozinha, como não posso resolver aquele problema com a minha mãe sozinha... você ajuda, me estende a mão e me leva embora pra casa.
Depois disso tudo, chego em casa e sorrio. Sozinha, eu sorrio já com certa arrogância, afinal depois disso tudo já me acostumei que posso ser tratada cheia de “não me toques”, que posso ser cuidada com carinho, e por um homem de terno e gravata. Já quase acredito que mereço!

15 de jan. de 2014

MUITO BOM...

 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos.      A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.

AME SEMPRE...


EU...

"Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo. Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real, entre nós dois? Dificílimo contar: olhei pra você por uns instantes, tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita... Eu chamo isso de estado agudo de felicidade."
No primeiro dia, durante o tempo inteiro, ela dirigia na estrada olhando pelo retrovisor, escutava a música que a fazia lembrar o que deixava para trás. Sabia sim que tudo fazia parte do passado, mas olhava-o com ar de nostalgia melancólica, porque acreditava que nostalgia só podia ser assim. Ela estava enganada.
Tudo que ela deixava para trás na verdade era nada, porque sentimento não se pode tocar e tudo que é físico, na verdade, não pertence a ninguém, tudo é passageiro. Como ela não queria sentir então abandonava cada pedaço do que sentia pelo longo caminho que o carro fazia.
No segundo dia ela andou pela praia. Sentiu-se acolhida pelo mar, abandonado por causa da ressaca. O mar, quando fica de ressaca, devolve à terra tudo que lhe fizeram de mal, devolve a sujeira, devolve o feio, devolve para então se ressurgir.
Logo que ela tocou seus pés no mar, eles se entenderam, mulher e mar , ambos se encontravam numa mesma energia – o vazio, a calma, o vento, a força. Sem pensar então ela firmou e fincou seus pés na areia úmida e grossa, lembrou-se do querer ressurgir da terra, mas descobriu-se ali ser feita de fogo, é o fogo que precisa da água pra mostrar-lhe o tempo de parar. Ela ficou por ali muito tempo. Ela entendeu.
No terceiro dia ela sabia as respostas. Percebera que na história de seu primeiro livro, quando criança, ela se confundira sobre qual era seu personagem e ficou enganada por todo o tempo seguinte: ela não era o menino que fica na estação a espera do seu primeiro amor – que apenas viu passar no trem – ela era a menina que passava, era aquela que estaria no trem indo pra lugares que ninguém sabe, era quem deixa saudades, era o que sempre deveria ser: a verdadeira protagonista da história (porque histórias de criança não deveriam ser feitas pra fazer chorar, deveria ensinar como sorrir, mesmo quando o assunto é amor, ou então, principalmente neste assunto). Ela aprendeu.
Ela era feita de fogo, que se alastra e que invade. Ela sabia que o mar sempre existiria para fazê-la parar, mas o mar, livre da ressaca, lavou-a com água limpa dizendo que ressaca deve vir apenas no segundo dia, não mais que isso. Então ela aceitou e seguiu viagem. Seguiu com a certeza de que apenas o mundo lhe seria suficiente para preenchê-la, que precisava de algo mais, de muito mais. Seguiu mirando seu olhar pra direção correta: pra onde era levada, pra onde se levava.

14 de jan. de 2014


"Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista."

“Eu vou porque é preciso ter histórias, viver coisas, sair de casa, mas nunca vou realmente. Sempre me sinto ocupando de favor o lugar da personagem real que está doente ou enlouqueceu. Assim que coloco o pé pra fora, viro uma substituta de qualquer um que sabe viver. Uma coadjuvante de mim que rouba a cena porque os engraçados sempre roubam”

12 de jan. de 2014

EU VOU SÓ...


...Vou buscando um tempo de sonhar
Vou chegar
Vai saber
Que muda o dia de qualquer um
Se o sol chegar, é bom
Tudo é melhor
Com essa cor

No fundo
O mundo é que nem um
Chão de sementes
Eu faço da terra molhada
O meu jardim
Espero as flores se abrirem
Como se a gente soubesse
Que o amor nunca vai ter fim.


11 de jan. de 2014

QUANDO...

Quando alguém diz teu nome, ou lembra alguma historia que te envolva, quando olho acidentalmente a foto que ainda não tive coragem de arrancar do mural que fica propositalmente em cima da minha cama, quando escuto alguma música, quando leio Clarice, quando fico tempo demais sem ter ninguém pra abraçar, quando bebo, quando tenho insônia, quando tenho sonhos contigo... daí dói mais!
Na maioria do tempo consigo fingir que já esqueci, consigo até mesmo acreditar que você nunca existiu, mas infelizmente nem todos os meus dias são tão ocupados. Pra dizer a verdade ando ocupando meus dias apenas com o que não é diversão. Ando de luto sem usar o preto, e apenas não visto preto pra que ninguém me pergunte qual a minha dor, porque se eu começar a falar lembrarei, então ando por ai colorida só pra não ter que falar de ti, e mesmo assim, as vezes ainda dói tanto.
Quando tudo o que há em mim é o silencio da ausência (é o nada que sempre tive e enfeitava-o de tudo) não faço bagunça, não canto e nem me maquio. Não procuro abrigo em lugar algum que não seja do lado de dentro. Quando tudo o resta é o silêncio, me faço também silenciosa. Quem sabe assim, desta maneira sincera e respeitosa, eu consiga me refazer na mulher que acredito ser e que ainda não sou, na mulher que não se permite doer uma dor que não faz sentido.
Enquanto faço de mim mesma meu abrigo e do silêncio minha solidão, vou dormir pra que este mistério que é o mundo que roda-roda e parece não sair do lugar não me angustie demais, para que eu ainda possa acreditar no amanhã, possa acreditar em mim, no amor que ainda virá, nos trevos de quatro folhas, numa paz que não doa o coração...
O único problema é a angustia, ela que me aprisiona nesta sensação de estar inerte, sem ela a sensação de descoberta já teria sido transformada em certeza.
A angustia de não ter, não querer e de não saber faz com que eu tenha sensações tão intensas querendo explodir e não saiba como. Foi quando fiquei apenas comigo mesma é que percebi que talvez eu não saiba pra onde ir, não por falta, por excesso de opções.
Neste processo de descoberta que nunca acaba percebi o quanto de tudo que existe dentro do nada. É o nada que me angustia... o nada e o tudo.

10 de jan. de 2014


Depois do fogo surgiu o choro, o sono, o acordar, a chuva, solidão, ausência... Terra, depressão, tombo, pés, paz, paciência... surgiu a dança, esperança, corrida, bonança...
Em meio ao que era o nada, surgiu o tudo e entre o tudo que veio, veio um desejo por começar da terra, começar do nada, começar de mim.
Então me rendi a amar apenas o que eu tinha, apenas o que era meu, apenas eu....

9 de jan. de 2014

Wrecking Ball (Tradução)

 

Nós rastejamos, nós acorrentamos nossos corações em vão
Nós pulamos sem perguntar o porque
Nós nos beijamos, eu cai no seu feitiço
Um amor que ninguém podia negar
Não diga que eu dei as costas pra você
Eu sempre vou te querer
Eu não posso viver uma mentira, correndo pela minha vida
Eu sempre vou te querer

Eu cheguei como uma demolição, eu nunca me apaixonei tão forte
Tudo que eu queria era destruir suas barreiras
Tudo o que você fez foi me destruir
Eu cheguei como uma demolição
Yeah, eu fechei meus olhos e girei
Você me deixou rastejando nas chamas e na queda
Tudo o que você fez foi me destruir

Yeah, tudo o que você fez foi me destruir
Eu te levei ao topo e agora você não quer mais descer
E agora você não vai mais descer
Isso mudou devagar e você me deixou queimar

E agora somos cinzas no chão
Não diga que eu dei as costas pra você
Eu sempre vou te querer
Eu não posso viver uma mentira, correndo pela minha vida
Eu sempre vou te querer

Eu cheguei como uma demolição, eu nunca me apaixonei tão forte
Tudo que eu queria era destruir suas barreiras
Tudo o que você fez foi me destruir
Eu cheguei como uma demolição
Yeah, eu fechei meus olhos e girei
Você me deixou rastejando nas chamas e na queda
Tudo o que você fez foi me destruir
Yeah, tudo o que você fez foi me destruir
Eu nunca quis iniciar uma guerra

Tudo que eu queria era que você me deixasse entrar
E ao invés de usar a força eu deveria ter deixado você ganhar
Eu nunca quis iniciar uma guerra
Tudo que eu queria era que você me deixasse entrar
Eu deveria ter deixado você ganhar

Não diga que eu dei as costas pra você
Eu sempre vou te querer

Eu cheguei como uma demolição, eu nunca me apaixonei tão forte
Tudo que eu queria era destruir suas barreiras
Tudo o que você fez foi me destruir
Eu cheguei como uma demolição

Yeah, eu fechei meus olhos e girei
Você me deixou rastejando nas chamas e na queda
Tudo o que você fez foi me destruir
Yeah, tudo o que você fez foi me destruir...

8 de jan. de 2014


Tradução..

Mil anos

O coração acelerado
Cores e promessas
Como ser corajoso
Como posso amar quando tenho medo de me apaixonar
Mas ao ver você na solidão
Toda a minha dúvida de repente se vai de alguma maneira

Um passo mais perto

Eu morri todos os dias esperando você
Amor, não tenha medo
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil

O tempo fica parado
beleza em tudo que ela é
Terei coragem
Não deixarei nada levar embora
O que está na minha frente
Cada suspiro
Cada momento trouxe a isso

Um passo mais perto

Eu morri todos os dias esperando você
Amor, não tenha medo
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil

O tempo todo eu acreditei que te encontraria
O tempo trouxe o seu coração ao meu
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil

Um passo mais perto
Um passo mais perto

Eu morri todos os dias esperando você
Amor, não tenha medo
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil

O tempo todo eu acreditei que te encontraria
O tempo trouxe o seu coração ao meu
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil


(christina perri a thousand years)
Estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda é que não podia ser; ter nascido era cheio de erros a corrigir. Só tinha tempo de crescer. O que eu fazia para todos os lados, com uma falta de graça que mais parecia o resultado de um erro de cálculo. Na minha pressa eu crescia sem saber pra onde.”
Podia ter caído e não querer levantar. Podia me lamentar, me ausentar, me abandonar... Podia ter ficado com preguiça de amar.Mas a terra está molhada (terra molhada pede pra ser plantada e minha vista pede paisagem).
Eu, da janela do meu quarto, devo admitir, ainda olhava a tudo um pouco desconfiada, sem saber se o que era flor em mim já tinha brotado o suficiente pra me expandir. Pensava se não era melhor aumentar o tempo de semeio até que as sementes brotassem pela minha pele.Foi aí que avistei um fino raio de sol, ainda tímido, mas fazendo brilhar pequenas gotinhas que insistiam em cair fingindo ser garoa, lembrando-me de ditados, de cores, de cheiros e sensações, que eram minhas e que não vinham de ninguém, eram minhas e do meu contato com o que é natural.Quando me vi, estava ali, respirando outros ares, brincando de recomeçar, partindo de mim, pousando em mim. Fazendo daquela terra molhada meu futuro jardim, com sementes que nasciam do meu olhar de criança que só quer brincar, de mulher que é capaz de amar (principalmente a si mesma).


7 de jan. de 2014

EU TE AMO...

Silêncio, cheiro, respiração, calor, pele, lágrimas, sorriso, olhos e olhares.
Existem palavras que não se adequam ao momento, atitudes que não se explicam e gestos que não são traduzíveis, apenas o olhar fala, e o olhar é traidor eu sei, mas hoje quero acreditar que ele não possa ser, pois apenas com ele eu posso dizer que te amo.
Amo tão grande, tão intenso e tão puro que não se pode falar, meu silêncio é minha palavra sagrada de amor. Guarda meu silencio, ele é a prova do que realmente me importa, do que sinto. Minhas lagrimas são minha confissão. Guarda também minhas lágrimas em teu coração.
Pela primeira vez não sei e isso me faz mais forte, me faz maior. Porque quero apesar de não saber, e isso é algo difícil pra alguém que sempre tem tudo planejado e assegurado. Não me importo. Não sei e, no entanto, quero, quero intenso, mas também quero simples e calmo.
Quero pelo simples motivo de precisar. Choro lágrimas doces e felizes porque amo. Dou-me de corpo e alma já que não posso evitar. Alegro-me por confiar. Confio no olhar e no que vivemos até hoje, é tudo que me resta, apego-me aos olhares e aos detalhes.
E naquele momento eu realmente achei que não precisaria dizer, que não devia dizer, mas ainda que eu não fale: não se esqueça que te amo...


“A gente faz as coisas pra matar dentro da gente e morre junto. A gente faz pra ferir quem pouco sente nossa existência e vai, aos poucos, deixando de existir pra gente mesmo. A gente faz pra provar que também existe sem amor e acorda se procurando no dia seguinte.''

6 de jan. de 2014

NADA...

Então tudo isso que passa pela minha cabeça numa velocidade incrível, mas que têm todos os detalhes (e cores e cheiros) pra você é a mesma coisa que nada?
Então o encontro depois de um ano inteiro, da forma menos convencional do mundo, é nada? O beijo depois de sei lá quanto tempo é nada? Nossas idas e vindas, querer e não poder, risos e lágrimas, encontros e despedidas.... é nada?
Então tanto faz o tempo ou a saudade, a vontade, o cheiro, a respiração, a pele, o pedido... nada, nada??
Então quer dizer que tanto faz? Que se eu fugir e não voltar nunca mais, se nunca mais você tiver a minha carência cotidiana, a minha voz no teu ouvido, o meu cheiro no teu corpo, minhas mensagens, meu número tocando o teu telefone, minhas palavras desmedidas, minhas mãos, unhas, peito e boca... tanto faz?
Então eu fantasiei, acreditei naquilo que eu não ouvia, fingi que era tudo sincero quando nossos olhos fechavam e não me importei com teu grito mudo dizendo não querer?
Então é só? E tudo que eu tenho é o teu medo engessado na parede do meu quarto, aquilo que eu teimo em olhar e pensar que é passado, que é futuro, que é você?
Então pra você tanto faz? Porque você não guarda nada do nosso passado, não tem nenhuma lembrança, e tudo (ou qualquer coisa) foi sem relevância, carta ruim do baralho, papel jogado fora junto com teu entulho de homem adulto, passado que não volta?
Então é isso?
Então é NADA?
Não foi um espinho grande, era um pequeno espinho e, no entanto, a menina gritou muito alto. Já estava mais do que cansada de ser ferida todos os dias, e já começava a pensar que nem valia tanto a pena a beleza das flores pelo trabalho que elas davam, pela chuva que tinha que tomar por não ter onde se proteger, e principalmente pelos espinhos que cada uma tinha.
O jardim não entendeu nada, ele se achava tão bonito, forte e convincente, achava mesmo que a menina nunca se cansaria de morar ali, também a menina achava que não desistiria assim tão fácil... tão fácil? Ela que viu este jardim ser plantado como um presente pra ti e abandonado logo em seguida (pelo tal Menino do Leste), ela que dispensou todos os bouquets que fora presenteada em nome de um amor incondicional pelo tal jardim, ela que abandonou tua casa, teus costumes e teu orgulho próprio pra morar onde só ela acreditava ser o seu lugar, ela , ela , sempre ela. O jardim apenas ficou ali e achou-se superior a toda e qualquer tempestade ou tempo ruim.
A menina se revoltou. Cansou da dita superioridade do tal jardim por todos os outros. Ela mesmo conseguia lembrar de todos os jardins mais belos que um dia já tinha conhecido (aliás, lembrava também que já havia conhecido donos de jardins melhores do que o tal Menino do Leste) e o que irritava a menina, de verdade, era a não presença do criador do jardim em nenhum momento, porque ela havia de cuidar do jardim sozinha, sendo que fora os dois que o cultivaram? Ela se sentia meio mãe solteira de um jardim, justo ela que não tinha habilidade alguma pra ser mãe.
Foi então que ela desistiu da idéia de matar o jardim pouco a pouco, flor a flor... ela percebeu que assim ela também morria aos pouquinhos. Não. Era preciso matá-lo com um só golpe, sem deixar vestígios ou chance de recuperação. Sem pensar duas vezes, ela pegou um fósforo nas mãos, acendeu e jogou na primeira flor que viu. Foi pra calçada e ficou ali observando o jardim se incendiar por inteiro. Não havia choro, nem riso, nem orgulho, nem tristeza, nem arrependimento, nem nada. Ela lembrou-se de algo e, num gesto bruto, correu, atravessou a rua, entrou em casa, procurou pelo seu baú, procurou pela asa de anjo que há anos deixava guardada, pegou, correu, atravessou a rua e, sem pensar duas vezes, jogou a asa justamente no lugar onde o fogo estava mais forte. Ficou ali observando. Quando tudo do jardim virou apenas chama ela respirou aliviada. Deu as costas e voltou para sua casa.
Deitada na cama, a menina sentiu-se bem, sentiu-se leve e completamente vazia, o que era bom, porque agora teria que passar o resto dos seus dias cuidando do seu próprio jardim, aquele que ela mesma plantaria e cuidaria – aquele que morava dentro dela.
Lembrou-se da janela e, pela primeira vez, não sentiu vontade nenhuma de abri-la, nem para ver o jardim, nem para esperar pelo menino que nunca a quis amar...

SABER...

O saber, ao mesmo tempo em que angustia, liberta. Hoje ele me libertou, quase sempre é o contrario.
Tenho uma necessidade de saber que me prende pela laringe, e se eu não engolir tudo aquilo que se apresenta a minha frente, por este mundo que é tão cheio de conhecimentos e músicas e poemas e arte e pessoas e todo o resto - se eu não sugar tudo isto - é como se meu coração não pudesse continuar batucando em melodia suave durante o resto do dia.
Curioso é que no momento exato em que me encho de conhecimentos do mundo meu coração bate no ritmo de um samba rock, porque o momento das descobertas não pode ter um ritmo puro e simples, é mistura, é pensamento confuso, é explosão. Então preciso sentir o bater do coração chegar até o diafragma pra então conseguir soltar a respiração.
Gosto de quando tudo me inquieta. Quando a música sobre o tempo me faz pensar na vida. Quando o poema engraçado me lembra o amor. Quando passa um lírio correndo pelos meus olhos e então é preciso sentir algo mais que o aroma. Quando meu passado me inquieta (ou o teu, ou o nosso, ou o passado do antepassado de um transeunte que de repente cruzou meu caminho). Quando a política, a estética, a ética, o caráter, a coragem, a vida, tudo, tudo e tudo... passa tão rápido e mesmo assim eu vejo que estão ligados (percebe?).
Todas as coisas e quase nada se ligam pelo mesmo fio, aquele da única reta que só pode passar por dois pontos, então é tudo assim tão destinado?
Algumas perguntas só o tempo responde.
Algumas vezes, o tempo é a própria pergunta!


"Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente (depende do momento.) Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu. Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte."
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."


5 de jan. de 2014

OLHAR...

“Teus olhos, meu clarão, me guiam dentro da escuridão.
Teus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só.
Você é assim, um sonho pra mim, quero te encher de beijos.”
“Ele ri mais um pouco, segura firme na minha mão, eu quero contar, ele merece saber, eu estou amando e super feliz de brincar de amar e ser feliz, mas olha, querido, daqui a pouco eu volto pra ele. O silêncio. Eu sempre volto pro silêncio. Mas agora acelera aí, apita, solta fumaça, sei lá como é andar de trem, mas sempre ando. Vamos ver até onde eu aguento dessa vez.”