8 de jan. de 2014

Podia ter caído e não querer levantar. Podia me lamentar, me ausentar, me abandonar... Podia ter ficado com preguiça de amar.Mas a terra está molhada (terra molhada pede pra ser plantada e minha vista pede paisagem).
Eu, da janela do meu quarto, devo admitir, ainda olhava a tudo um pouco desconfiada, sem saber se o que era flor em mim já tinha brotado o suficiente pra me expandir. Pensava se não era melhor aumentar o tempo de semeio até que as sementes brotassem pela minha pele.Foi aí que avistei um fino raio de sol, ainda tímido, mas fazendo brilhar pequenas gotinhas que insistiam em cair fingindo ser garoa, lembrando-me de ditados, de cores, de cheiros e sensações, que eram minhas e que não vinham de ninguém, eram minhas e do meu contato com o que é natural.Quando me vi, estava ali, respirando outros ares, brincando de recomeçar, partindo de mim, pousando em mim. Fazendo daquela terra molhada meu futuro jardim, com sementes que nasciam do meu olhar de criança que só quer brincar, de mulher que é capaz de amar (principalmente a si mesma).

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